Dizem por aí, que 30 anos é a idade da mulher: é o momento em que a mulher é mais ativa, madura, livre e até mesmo voraz do ponto de vista sexual.
Mas, ao fazer 50 anos de idade, vejo que minha vida pode ser dividida em A.C e D.C, antes dos cinquenta e depois dos cinquenta. Isso porque entendi que envelhecer é irreversível, o que pode mudar é a maneira como envelhecemos: nos livrando de padrões, de ideias inalcançáveis de beleza e rejuvenescimento, e idadismo (quando a idade não é bem vista).
Por que é indelicado perguntar a idade de uma mulher? Por que produtos de beleza para mulheres 50+ são focados em ter uma pele mais jovem? Por que pouco se fala sobre menopausa? A resposta pode ser simples, mas não é fácil: vivemos em uma sociedade em que envelhecer é vergonhoso, excludente e sinônimo de falta de espaço e energia. Não concordo! Agora que já sou uma cinquentona, posso afirmar que é maravilhoso já ter vivido tudo o que vivi. Sabe aquela máxima de que a idade está na cabeça? É verdade e tem uma explicação.
A editora do The Wha, Gina Pell, criou as expressões “perennials” e “ageless”. A primeira se refere a pessoas com estilo de vida, gosto, relações sociais, comportamento e hábitos de diversas faixas etárias, ou seja, os perennials se movimentam por sua identidade social, não pela idade cronológica. Já os segundo termo, ageless, que se refere a pessoas sem idade e começou a ser adotado há poucos anos para difundir a cultura de que beleza, bem-estar, satisfação com a própria imagem não estão limitadas à juventude.
É nítido que está havendo um movimento para que padrões sejam quebrados, inclusive por mim, que hoje consigo enxergar que existe vida após os 40,50,60. Que eu posso ser quem eu quiser, sem me importar com o que os outros pensam sobre a minha aparência, meu corpo e sobre mim. Que eu sou livre.
Que não devo me envergonhar ou querer esconder os traços que vejo em meu rosto ao olhar no espelho, eles são as marcas da arte que chamo de vida, na qual fui a protagonista da minha história.
Completar 50 anos me fez refletir sobre a minha trajetória, me fez ser mais grata e valorizar as pequenas coisas da vida. Esse é o segundo ano que faço aniversário em meio à uma pandemia e, apesar de todo o triste cenário do mundo, me sinto feliz e realizada por estar perto da minha família - que tanto amo - e, principalmente, com saúde. Além disso, também estou cheia de sonhos e projetos a serem realizados, alguns que estavam arquivados, novas ideias que surgiram após a minha transição de carreira há 5 anos, e me sinto criativa, enérgica como jamais fui.
Me sinto no ápice da vida! Em um momento de recomeço, reconexão e reinvenção, que acontece de dentro para fora. Cheio de aprendizado, bom humor, novas lições, às vezes angústia, porém com muito mais sentido!
Sou Cris Dorini, Consultora de Imagem Pessoal / Profissional e Comportamento. Presidente da FIPI - Federação Internacional dos Profissionais de Imagem. Sócia e fundadora da CD Negócios Empresariais e TRIO Inteligência em Imagem.Docente da Belas Artes, Faculdade Insted e TRIO Inteligência em Imagem.Palestrante e Mentora.
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