Nação dopamina: o delicado equilíbrio entre prazer e sofrimento

Em um mundo saturado de estímulos, é cada vez mais comum buscar gratificação instantânea. No entanto, o que estamos realmente ganhando com essa incessante busca por prazer? A Dra. Anna Lembke, psiquiatra e professora da Universidade Stanford, aborda essas questões de forma profunda em seu livro “Nação Dopamina: Por que o Excesso de Prazer Está nos Deixando Infelizes e o que Podemos Fazer para Mudar". 

Por que queremos e precisamos da dopamina? 

A dopamina é conhecida como o “produto químico do prazer”, essencial para o nosso sistema de recompensa. Quando participamos de atividades prazerosas, como comer chocolate, ter relações sexuais ou consumir substâncias como nicotina e álcool, a dopamina é liberada, proporcionando uma sensação de bem-estar. 

A fuga do sofrimento é um grande motivador por trás da busca constante por prazer. “Todos nós fugimos do sofrimento. Alguns tomam comprimidos, outros maratonam Netflix ou se distraem com romances baratos”. Essa busca incessante por gratificação pode intensificar nosso sofrimento. 

Isso torna a busca por satisfação um grande paradoxo, e mais: em um ambiente onde tudo está ao alcance das mãos, como nos protegemos dos riscos associados a essa exposição constante?  

Fato é que estamos todos suscetíveis à dependência devido à grande oferta de aditivos em nosso cotidiano. No entanto, a Dra. Lembke nos adverte sobre o lado sombrio dessa química: quanto mais rapidamente uma substância ou comportamento libera dopamina, mais aditivo (viciante) ele pode se tornar. 

Imagem: Thomas van Schaik. Explorar o mundo ao seu redor e se conectar com novas experiências pode revelar beleza e inspiração, ajudando a encontrar um propósito mais profundo.

A dopamina como um vício 

E por mais incrível que pareça, a adicção está mais presente em nossas vidas do que imaginamos, nos hábitos mais "inofensivos”. "A riqueza, a abundância e a tecnologia da nossa época fazem com que quase toda experiência humana tenha o potencial de vício, de uma droga. As mídias sociais são conexão humana em forma de droga. O que torna algo viciante? Algo que dispara dopamina no sistema de recompensa do cérebro de forma rápida", diz a especialista em seu livro. 

Diante deste cenário, o conselho de Lemke para manter a dopamina sob controle é encontrar contentamento nas pequenas coisas e nos conectar com as pessoas queridas.   

A autora ainda sugere que, em vez de usar medicamentos para nos adaptar a esse novo mundo, tentar mudar as nossas experiências nele pode ser uma alterativa para encontrar o equilíbrio. 

Separei alguns insights que podem ajudar na reflexão sobre como gerenciar a dopamina e encontrar equilíbrio. Confira.   Entenda o papel da dopamina 

A dopamina desempenha um papel fundamental no sistema de recompensa do cérebro. Compreender como ela funciona pode ajudar a explicar nossa busca incessante por prazer e os comportamentos aditivos que podem surgir. 

Esteja atento às atividades e substâncias que liberam grandes quantidades de dopamina rapidamente, como alimentos indulgentes e mídias sociais. 

Cultive conexões humanas reais

Encontrar satisfação nas conexões humanas reais pode equilibrar o sistema de recompensa do cérebro e melhorar o bem-estar. Invista em relacionamentos significativos e busque interações autênticas. A qualidade das suas conexões sociais pode ter um impacto positivo na sua saúde mental. 

Pratique a abstinência para restaurar o equilíbrio

A abstinência de comportamentos e substâncias altamente gratificantes pode ajudar a reequilibrar o sistema de dopamina do cérebro e restaurar a capacidade de experimentar prazer de maneira equilibrada. 

Considere períodos de desintoxicação digital ou abstinência de comportamentos adictos para redefinir seu padrão de prazer. 

Explore o mundo ao redor

Explorar o mundo ao seu redor e se conectar com novas experiências pode revelar beleza e inspiração, ajudando a encontrar um propósito mais profundo. Abra-se para novas atividades e experiências que o conectem com o mundo. Participar de eventos culturais ou envolver-se em projetos significativos pode trazer uma sensação renovada de satisfação. 

Por fim, a pergunta que fica é: estamos dispostos a abrir mão da gratificação rápida e do prazer superficial para encontrar um bem-estar mais profundo e duradouro?  

Em vez de fugir do mundo e se refugiar em comportamentos aditivos, talvez devêssemos mergulhar mais profundamente nas experiências autênticas que ele tem a oferecer. A verdadeira satisfação pode não estar na próxima dose de dopamina. 

Sou Cris Dorini, Especialista em Gestão de Imagem e Marca Pessoal. Minha atuação se expande por diversas frentes: sou mentora, palestrante, docente e conselheira consultiva. Combinando um olhar detalhista e estratégico com uma ampla rede de contatos e conexões, tenho como foco oferecer soluções práticas e eficazes para empresas e executivos. Com 25 anos de experiência no mercado corporativo, minha missão é transformar desafios em resultados concretos. Sou apaixonada pelos universos corporativo, educacional, de luxo e pelo trabalho voluntário. Sou coautora dos livros Mentores e Suas Práticas de Sucesso e Consultoria de Imagem: Relações Humanas, Inclusão e Respeito — Histórias Brasileiras e Portuguesas. No meu tempo livre, sou entusiasta da corrida e do pilates, atividades que complementam meu equilíbrio e energia.